Estimados amigos visitantes del VERDADERO Y UNICO ETERNA LUX, amigos brasileños y portgueses , he aquí un artículo Revista de Ciências da Educação Unidade de I&D de Ciências da Educação da Universidade de Lisboa Direcção de Rui Canário e Jorge Ramos do, en el que se analizará el rol de la Educación en la Globalización, siendo su autor un destacado catedrático en la Universidad de Lisboa:
Autor: Bernard Charlot
A palavra Globalização passou a ser muito utilizada nos discursos sobre educação, às vezes de forma positiva – “na época da globalização tem que fazer isso...” - muitas vezes de forma negativa. No decorrer da História, o que se opunha à educação foi chamado de Diabo; nas décadas de 60 e 70, foi identificado como Reprodução; hoje em dia é simbolizado pela Globalização. Não estou dizendo que não devamos prestar atenção à globalização, muito menos que ela não traga problemas, mas que ao utilizar assim a palavra, misturam-se vários processos. Para se entender as relações entre Educação e Globalização, é preciso distinguir pelo menos quatro fenômenos, aqui enunciados e, a seguir, analisados.
Primeiro fenômeno: o fato de a educação ser pensada numa lógica econômica, fato esse que aconteceu nas décadas de 60 e 70, na época do Estado Desenvolvimentista, antes da globalização.
Segundo fenômeno: as novas lógicas socioeconômicas, que se impuseram na década de 80. As décadas de 60 e 70 levaram a uma crise. Essa “crise”, que, na verdade, foi uma mudança estrutural do capitalismo mundial, induziu, por um lado, novas lógicas econômicas e sociais e, por outro, uma aceleração da integração econômica internacional, designada como globalização. As lógicas da qualidade, da eficácia, da territorialização apareceram na década de 80, que foi também a década em que se desenvolveu a globalização, mas não nasceram desta. Não são filhas da globalização, são irmãs ou primas. É uma verdade que podem servir à globalização e ao neoliberalismo, mas podem também aprimorar um serviço público; de modo mais amplo, são lógicas de modernização.
Terceiro fenômeno: a própria globalização, integração entre as economias, e, portanto, entre as sociedades de vários países. Até agora, pouco incidiu sobre a educação, pelo menos em países como França ou Portugal; teve efeitos em países do sul, através do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial. Entretanto, poderia provocar uma verdadeira revolução na escola, inclusive em países como França e Portugal, se fosse finalizado o projeto de liberalização dos serviços que está em andamento na Organização Mundial do Comércio (OMC), com o Acordo Geral sobre o Comércio de Serviços (AGCS).
Por fim, não se deve esquecer um quarto processo: o movimento que aceita a abertura mundial, sem por isso concordar com a lógica neoliberal da globalização. Poder-se-ia chamá-lo movimento para a solidarização da espécie humana. É um movimento desenvolvido pelos Fóruns Sociais Mundiais nascidos em Porto Alegre, inclusive o Fórum Mundial de Educação e, de outra forma, pelas Nações Unidas, com Educação Para Todos (EPT) e o programa do Milenário.
As datas dos processos podem variar. Ao dizer “isso aconteceu na década de 60, ou de 80”, está-se falando no tempo dos Estados Unidos, da Europa, do Japão, de países emergentes como Coréia do Sul, mas as datas podem ser outras em outros países. O que não varia é a existência de quatro fenômenos ou processos, que não devem ser confundidos, embora possam ser articulados em diversas formas.
As décadas de 60 e 70: a educação pensada numa lógica econômica
A maior mudança da escola na época contemporânea já ocorre nas décadas de 60 e 70 e, portanto, é anterior à globalização. Consiste em pensar a escola na lógica econômica e social do desenvolvimento. Antes da Segunda Guerra Mundial, o Estado, na sua relação com a educação, permanece um Estado Educador: pensa a educação em termos de construção da nação, paz social, inculcação de valores. A partir dos anos 50 e, sobretudo, 60, ele se torna Estado Desenvolvimentista: claramente (França, Japão, Coréia do Sul, Brasil, etc.) ou de forma disfarçada (Estados Unidos), ele pilota o crescimento econômico e coloca a educação a serviço do desenvolvimento. Essa política encontra um amplo consenso social, por gerar novos empregos qualificados, que uma escolaridade mais longa permite ocupar e, portanto, por satisfazer as classes médias e despertar esperanças nas classes populares.
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